terça-feira, 28 de outubro de 2014

Na Ponta da Piedade

Memórias com mais de três décadas faziam-me crer que tinha visto a gruta roxa do poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, numa visita às grutas da Ponta da Piedade, perto de Lagos.


Para além da terra pobre e desflorida
Mostra-me o mar a gruta roxa e rouca
Feita de puro interior
E povoada
De cava ressonância e sombra e brilho

(Livro Sexto)


Vim a confirmá-lo no segmento 19:49—20:35 deste documentário, que só vi este ano:

Decidi, então, que teria de rever as grutas em Agosto. Infelizmente, não me informei antes da hora ideal para a visita: de manhã, com o sol a sudeste, portanto, mar raso e maré vazia; não às 17 horas, com maré cheia e mar perturbado pelos ventos do Verão passado.

Voltarei na sua hora áurea, numa embarcação que não leve mais do que quatro pessoas, ou num caiaque, para poder entrar onde grupos de gente ruidosa e de olhos indeslumbráveis não vão.

Não vi a gruta roxa, mas valeu a pena revisitar uma das paisagens costeiras mais extravagantes de Portugal.

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